Caro Oiced Mocam (e demais ateus do mundo). Para explicar que você esta sendo insuficientemente coerente em suas refutações, digo mais, você esta usando de dois pesos e duas medidas para defender sua idéia fixa e obstinada, também, fruto da ignorância de conhecimentos e explicações convincentes. Se não é assim, o que fundamenta sua convicção sobre a inexistência de um “Deus” ou um “Planejador inteligente” para o universo? Será que suas colocações, diga-se de passagem, corretas, sobre a superação de mitos como os de “Zeus” e a compreensão de fenômenos sísmicos, climáticos alem de outros aspectos evolutivos do conhecimento, já consolidados, são suficientes para a “sólida” postura?
Existe alguma comprovação científica suficiente para tais refutações e para legitimar tal assertiva? Você critica as práticas teistas como “lacunas do conhecimento,” se você incluísse o posicionamento ateu, não faltaria coerência e bom senso, elementos essenciais para qualquer posicionamento literário e científico, que você, com o perdão da palavra, não está usando. Você se esquece que, também, usa o princípio da “fé” e outros princípios não científicos?
Sobre a questão das “lacunas do conhecimento” que você, muito bem coloca, vale dizer que envolve ambas as tendências e não somente a teísta. E, sobre o antropológica e natural superação das mesmas, vou lembrá-lo novamente de uma contestação que fiz a um dos seus textos, há algum tempo:
...crer que, com a morte do corpo tudo se acaba com certeza é tão absurdo e extremo, quanto crer nos paradigmas e nos dogmas mitológicos das teologias tribais que a humanidade do terceiro milênio insiste em defender, fanaticamente, em plena era da internet e de tantas outras conquistas tecnológicas do nosso tempo.
É mais coerente crer que um fenômeno que não tem explicação (a morte e o sofrimento dos seres humanos e dos animais), está por ser explicado e, justamente por isto não pode ser encarado como o fim de tudo, mas, como um sério desafio à curiosidade e, à inteligência humana em sua odisséia terrena...
Incluo, neste momento, nesta minha premissa o ateismo X teísmo. E digo que o futuro desta polêmica será, simplesmente o conhecimento em todo o seu apogeu, absoluto, pleno de vigor e potencial de esclarecimentos, respostas e soluções de problemas para a humanidade. O que nunca disseram para vocês ateus e que, espiritualidade hoje, é o mesmo que ciência, no futuro; que a ciência de hoje não é nada mais do que a espiritualidade do passado.
Nesse sentido chegaremos a um desenvolvimento científico a tal nível que, problemas que hoje constituem verdadeiros “mistérios espirituais” como o nascimento e a morte, serão chamados simplesmente “materialização e desmaterialização.” As limitações, hoje, impostas aos seres humanos pelo trinômio tempo X espaço X matéria terão sido superadas e o seu domínio transformado na maior e mais importante “ferramenta” de ação da nossa espécie. Muito antes, a dor e os sofrimentos terão deixados de existir porque os problemas que os causaram por milênios terão sido todos equacionados, por exemplo: a eliminação do gene do egoísmo e seus afins, do nosso mapa genético.
Quero dizer que a “eterna” dicotomia Ciência X Espiritualidade terá, nessa época, chegado ao seu fim. Ciência e Espiritualidade, sempre foram e serão a mesma coisa. A Espiritualidade é a Ciência não desvelada. E a Ciência é a espiritualidade desmistificada. Assim, podemos dizer que a ciência de hoje é a espiritualidade do passado e a espiritualidade de hoje é a ciência do futuro. A diferença está apenas no tempo em que existe o sujeito ou o observador, apenas na relação do tempo presente com passado e o futuro.
Outro pressuposto que defendo, ao contrário de vocês ateus, é que todos os que contribuíram com suas primitivas existência e sacrifícios para o acesso a esse estágio de desenvolvimento cientifico e existencial da espécie humana (todos os que já morreram) não terão se perdido ou virado poeira cósmica. Suas essências, almas ou espíritos ou, outros nomes que se queiram dar ao que se transformaram todos os que por aqui passaram, e tiveram suas experiências com o sofrimento e o MAL, terão sido resgatados ou “salvos” por aqueles ou, por aquele que já está em tal nível de desenvolvimento e existência científica ou espiritual como queiram. As duas realidades são a mesma coisa, hoje uma maioria religiosa chama de existência Espiritual e uma minoria, os ateus, simplesmente de inexistência. Se, hoje, nos dirigimos ao passado a Espiritualidade deles virou Ciência para nos. Se, hoje, nos dirigimos ao futuro a Ciência por não ser desvelada, continua sendo a Espiritualidade, para nós, mas será simplesmente Ciência, para eles.
Obviamente que a presunção deste modelo, não exclui em nenhuma hipótese, a existência do “Grande arquiteto” ou do planejador inteligente, ou dos planejadores inteligentes, como queiram. Muito pelo contrário, inequivocamente, nos levará a ele ou a eles. Mesmo que o seu nome seja CONHECIMENTO ele será poderoso, inteligente e, principalmente, voluntarioso. A Aleatoriedade e o acaso ou qualquer forma de aprimoramento destes, simplesmente, creio não ser a surpresa exclusiva a ser confirmada ao final, mas apenas, caminhos para o bem aventurado destino, estado de ser e estar, paraíso, como diz alguns.
Sei que o Tempo o Espaço e a Matéria são as três únicas dimensões que percebemos com todos os nossos sentidos. Sei que o espaço e a matéria são as dimensões que os animais irracionais percebem, visto que estes não percebem a dimensão Tempo. Algumas perguntas nos restam fazer: Qual a outra ou as outras dimensões não percebidas, por nos, nesta condição material? Não será o conhecimento desta outra dimensão que nos tornará independente das limitações impostas pelas três dimensões já conhecidas? Esta dimensão que hoje só é desvelada com desmaterialização (morte) não será desvelada, também, pelo conhecimento absoluto? E, este não poderá ser o próprio DEUS inteligente e voluntarioso?
Acabar ou desaparecer com a morte, NUNCA, JAMAIS. Admitir estas hipóteses é duvidar que o conhecimento em sua forma absoluta, já exista em algum lugar do universo ou em alguma outra dimensão não conhecida, até aqui. É adotar puramente o princípio da Fé para sustentar a refutação. É duvidar que DEUS seja o pai da ciência. Ou que o conhecimento ou Ciência como queiram, em sua forma absoluta, seja o próprio DEUS, porém, Inteligente e voluntarioso.
Voltemos portanto, por enquanto, para ESPIRITUALIDADE, saga nossa, de cada ser humano nesta odisséia terrena até o instante da “desmaterialização involuntária”, condição única, por enquanto, para nos levar para onde a verdade, o conhecimento, a plenitude, a felicidade, enfim, para onde a Ciência é a Espiritualidade se fundem definitivamente numa realidade só. Digo condição única, por enquanto, porque o domínio sobre a morte (desmaterialização involuntária) é apenas uma questão de tempo e nesse tempo ela não será mais involuntária, mas, voluntária.
Alguém poderá perguntar por que toda esta complexa e misteriosa epopéia existencial? Respondo: leiam minha tese “Uma nova teologia para a humanidade” e terão a resposta. Lembremos ainda que filosofar não faz mal a ninguém.
Antonioferreirarosa.blogspot.com